A língua falada por um país corresponde ao cerne de sua identidade. Desde as primeiras conquistas, como os povos egípcios, gregos e romanos, era comum que as nações colonizadoras tratassem logo de impor seu idioma como forma de dominação. O mesmo valia para a religião, pois já se sabia que, quando tiramos de um povo seu idioma e sua religião, tiramos também um grande pedaço de sua alma.
COMO SURGIU A LÍNGUA PORTUGUESA?
A Língua Portuguesa é um idioma neolatino, ou seja, é derivada do latim. Sua história começa antes da Era Cristã, quando os romanos dominaram a Península Ibérica (que hoje são Portugal e Espanha) e impuseram seus padrões de vida e sua língua.
As várias etnias que lá existiam acabaram por se misturar ao latim falado pelos soldados romanos: o linguajar do povo, que não possuía forma escrita, um latim vulgar - ao contrário do latim erudito, mais rígido. Por não estar preso à forma escrita, o latim vulgar era mais variado e por isto não foi difícil surgirem os novos dialetos, frutos das diferentes combinações em cada região.
Além da dominação pelo Império Romano, a Península Ibérica também sofreu invasões de povos germânicos (os vândalos, suevos e visigodos), no século V da Era Cristã. Daí herdamos alguns vocábulos, a maioria ligada à área militar, tais como guerra, marechal, general. As invasões dos árabes no século VIII também contribuíram para a incorporação de novas palavras. Você sabia que geralmente as palavras começadas em 'al' têm origem árabe? São exemplos: alface, alfinete, álgebra, alfândega. Das que não começam em 'al': garrafa, quintal, xarope.
As influências germânica e árabe não foram tão intensas quanto a dos romanos e por isto as raízes latinas foram as que continuaram sustentando a cultura da península. A região que hoje ocupa Portugal se destacou do restante da península no ano de 1143, quando foi declarada a independência da Nação Portuguesa, com o idioma galego-português. No sul, predominava o português, e, no norte, o galego. Esta parte foi anexada pelo povo castelhano alguns anos depois e, em 1290, o idioma português foi declarado oficial na Nação Portuguesa.
VARIAÇÕES DA LÍNGUA PORTUGUESA
A língua oficial do nosso país é a Língua Portuguesa, imposta pelos colonizadores portugueses quando chegaram à costa brasileira. Aqui já se falavam vários dialetos indígenas, porém a maioria foi extinta para dar lugar ao idioma português. Se você leu com atenção sobre o Dia do Índio, vai lembrar que, dos 1.300 dialetos falados pelas diversas tribos indígenas em 1500, só persistem hoje cerca de 180.
Mesmo tendo adotado o idioma de seu colonizador, o Brasil possui modos de escrever e de falar que foram surgindo e caracterizando nosso povo com o passar do tempo. A Língua Portuguesa aqui é bem diferente da que encontramos em Portugal, além das variações que encontramos de região para região dentro do nosso país. Isso tudo porque um idioma não é algo estático, parado no tempo. Se fosse, ainda estaríamos falando como em Portugal no século XVI, como tempos "d'antes"... Reparou como o poema de Fernando Pessoa mostra esta transformação?
Nossa língua muda de acordo com a época e com os costumes. Mesmo em curtos espaços de tempo - pense numa propaganda, por exemplo, e perceba como certos slogans acrescentaram novas palavras e expressões. E os neologismos? Até o ministro Rogério Magri, da época do governo Collor, ninguém usava o termo imexível (por saberem que tal palavra não existia ou porque não gostavam de inovar?). Muita coisa mudou e, acredite, cada um de nós contribuiu para que assim fosse!
Viu como temos várias línguas em torno da Língua Portuguesa? Tem o português de Portugal, o português do Brasil e suas inúmeras variações regionais. E ainda o português das outras colônias portuguesas (mas isto é outra história...). Não é tão complicado, porque, no final das contas, todas estão sujeitas às regras e formalidades do idioma, representadas pela Gramática da Língua Portuguesa.
Musica Língua de Caetano Veloso
Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E um profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade
E quem há de negar que esta lhe é superior
E quem há de negar que esta lhe é superior
E deixa os portugais morrerem à míngua
Minha pátria é minha língua
Fala Mangueira
Fala!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
o que pode
Esta língua
(3X)
Vamos atentar para a sintaxe paulista
E o falso inglês relax dos surfistas
Sejamos imperialistas
Cadê? Sejamos imperialistas
Vamos na velô da dicção choo de Carmem Miranda
E que o Chico Buarque de Hollanda nos resgate
E Xeque-mate, explique-nos Luanda
Ouçamos com atenção os deles e os delas da TV Globo
Sejamos o lobo do lobo do homem
Sejamos o lobo do lobo do homem
Adoro nomes
Nomes em ã
De coisa como rã e ímã...
Nomes de nomes como Scarlet Moon Chevalier
Glauco Mattoso e Arrigo Barnabé, Maria da Fé
Arrigo Barnabé
Incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível filosofar em alemão
Se você tem uma idéia incrível
É melhor fazer uma canção
Está provado que só é possível
Filosofar em alemão
Blitz quer dizer corisco
Hollywood quer dizer Azevedo
E o recôncavo, e o recôncavo, e o recôncavo
Meu medo!
A língua é minha Pátria
eu não tenho Pátria: tenho mátria
Eu quero frátria
Poesia concreta e prosa caótica
Ótica futura
Samba-rap, chic-left com banana
Será que ele está no Pão de Açúcar
Tá craude brô, você e tu lhe amo
Qué que'u faço, nego?
Bote ligeiro
arigatô,arigatô
Nós canto falamos como quem inveja negros
Que sofrem horrores no Gueto do Harlem
Livros, discos, vídeos à mancheia
E deixa que digam, que pensem,que falem
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