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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
ESCOLA
NA VISÃO DE BOURDIER
Peterson Silva de Morais[1]
Ana Kelly de Mesquita[2]
De uma forma aparente a escola é um espaço que o aprendizado acontece
democraticamente, do mesmo modo para todos os estudantes.
Embora democratize o
ingresso a educação formal através da escola pública e gratuita, permanecerá
havendo uma intensa relação entre as disparidades sociais, principalmente
culturais. Essa relação só pode ser
esclarecida quando se analisa que a escola aprecia e determina aos alunos
atributos que não são distribuídos de forma igual na sociedade, especialmente,
o capital cultural.
O capital cultural é um
conceito mencionado por Bourdieu para esclarecer como a cultura em uma
sociedade repartida em classe se transforma em algo que as classes dominantes
empregam para acentuar as diferenças.
Desta forma, a classe dominante valoriza a sua
própria cultura e a impõe para as classes dominadas. Bordieu entendeu este fato
e a nomeou de arbitrário cultural dominante. Arbitrário cultural dominante nada
mais é: uma cultura se impor sobre outra. Uma dos mais relevantes subsídios
desse sociólogo para a educação foi introduzir todo esse pensamento para a
escola. A escola de uma forma dissimuladora coopera para essa cultura dominante
e dessa maneira favorecem certos alunos em prejuízo de outros.
Os desfavorecidos são
precisamente aqueles alunos que não tiveram contato através da família com o
capital cultural, sejam na forma de obras literárias, sejam por não ter tido
acesso a ambientes e informações
espontaneamente acessíveis aos aluno de poder aquisitivo. Eles não
conseguem dominar os mesmos códigos culturais valorizados pela escola, o
aprendizado para eles é muito mais complexo.
Assim, a violência
simbólica parte do entendimento de que a cultura simbólica age de forma
arbitrária, no momento em que ocorre uma naturalização da realidade dada, e sua
manutenção por meio das praticas escolares.
O Capital cultural idealizado por Bourdieu é de grande relevância, pois
nos faz compreender por que nem todos são bem sucedidos na escola. Tem-se a
ideia de escola democrática pregada por Anísio Teixeira, por exemplo, então na
teoria todos que estudam e se esforçam conseguiriam sucesso, mas sabemos que isto
não acontece , por quê? Seria falta de inteligência?
A resposta é: “Não” . Neste ponto se insere a ideia de Bourdieu: Algumas
crianças, das classes menos abastadas não possuem a cultura que a escola
demanda, acarretando o favorecimento de alguns alunos dotados de capital
cultural obtido através da família. Mas podemos nos questionar, haveria solução
para esse problema?
Para Bourdieu a solução seria revelar esse funcionamento implícito da
instituição. O papel do professor aparece nesse momento como sendo a ponte, o
elo entre o que é ensinado na escola e a realidade daquele aluno, por exemplo,
ao tratar de determinado conteúdo oferecer exemplos que façam parte do
cotidiano do aluno. O professor deverá ser maleável para trabalhar com
diferentes realidades.
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